terça-feira, 26 de abril de 2011

Cuvée Bouchard Aîné [França]

Esse "Rouge de France", como indica a garrafa, vem com toda pompa de vinho francês, mas não se esqueça, você está no DegustEno e isso significa que esse vinho cabe no seu bolso.

Vamos primeiro às especificações gerais:
No rótulo diz "sem safra". Isso é comum em vinhos franceses e principalmente os de mesa e mais acessíveis. No entanto, contrariando essa classificação, ele indica os cortes que o compõe. São eles, Grenache, Cisnault, Carigan e Gammay. Duas coisas já se tira daqui, são uvas não tão usuais e isso é legal e espera-se um vinho menos rajásico (palavrinha iogue!) na nossa boca, pois é um corte de várias uvas, o que o abranda via de regra.

Seus 12% de vol. já indicam um vinho mais leve.

Uma vez em um mercado pedi orientação à sommelier sobre este vinho e ela me disse que eu talvez não gostasse pois, pelo que eu estava falando, o vinho me pareceria meio "aguadinho". Não comprei. Mas, tempos depois ganhei esta garrafa.

Não é tão aguado quanto pensei que fosse. Seu aroma é típico de vinho europeu. Mais fechado, menos explosão de frutas, mais balanceado ao nariz. Sabe que tive uma leve impressão do álcool incomodando mesmo depois de algum tempo na taça? Mas nada que o condene.

Como me disse quem me deu, estava guardado havia algum tempo e sua cor indicava isso. Indo do vermelho ao alaranjado nas bordas do líquido.

Aroma de frutas vermelhas, mas meio confuso. Tô sem treino, tô sem treino!!

Na boca, um vinho moderado, levemente tânico, meio... sem personalidade. Não achei muito interessante, apesar de não ter me agredido. Persistência fraca e ácido.

Acredito que essa garrafa pudesse estar com algum defeito. Vale à pena comprar um novo e provar e notar as diferenças.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Como você escolhe seu vinho?



Já não é de hoje que falo que bebemos comerciais. O faço principalmente relacionado à cerveja, onde a marca líder de mercado detém quase que o monopólio do ramo no Brasil alternando a exposição de seus três principais rótulos.

E é de se supor que com o vinho se desse o mesmo. Pois agora, pesquisadores britânicos atestaram isso cientificamente.


"A conclusão, para os pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, é que muita gente não consegue distinguir os vinhos pelo paladar e pode estar pagando mais caro apenas pelo rótulo." - reportagem publicada hoje no jornal Folha de São Paulo.

Vai ter um pessoal pulando nas tamancas aí. Obviamente há diferenças entre rótulos mais caros e mais baratos. Mas quem não sabe que um vinho conhecido cobra também por seu nome? E que uma roupa de marca custa mais caro, ou que Antártica é mais caro que Bavária só por causa da marca e muito menos por conta do paladar?

O Degusteno sente-se útil ao continuar a apresentar vinhos de preço acessível ao consumidor que quer beber bem sem pagar mais do que o líquido e seu processo de fabricação honesto.

Leia a reportagem na íntegra:

E você, como escolhe seu vinho?