segunda-feira, 30 de junho de 2008

Vinho Regional Beiras 2006 (Portugal)


Esse vinho da Adega Cooperativa Silgueiros é um corte de 30% touriga nacional, 30% aragonês, 30% jaen e 10% afrocheiro. Um vinho curioso. Cada vez que o compro ele tem um sabor diferente, mas devo dizer: NUNCA É RUIM. Um vinho barato (R$10,90 no Ultra - RJ) que surpreende. Me foi recomendado certa vez lá em Petrópolis por um português e eu, achando que estava fazendo propaganda de seu país, não o levei em consideraçnao e passaria ainda mais algum tempo entre os vinhos chilenos (mais caros) antes de resolver prová-lo. Mas o portuga estava certo, o fruto da terrinha era bom mesmo. Dessa última vez, estava com um delicioso e nostálgico aroma de madeira que me lembrava a acolônia de férias que certa vez visitei em minha infância. Talvez desagradasse algumas pessoas, mas não era uma madeira comum, maquiagem de tantos vinhos que por aí provamos. Era algo mais fresco, como recém cortada; cheiro e sabor de marcenaria(!). Junto um aroma e gosto herbácio agradável. Seus 12% de álcool são, como esperado, imperceptíveis. De todas as vezes que o provei, essa foi a melhor. Vinho simples e fácil. Quatro taças com menção honrosa.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Dom Cândido Cabernet Sauvignon/Merlot 2005 (Brasil)


Vinho que me venderam dizendo que um cliente exigente, que não costuma comprar vinhos baratos se surpreendeu e agora sempre leva. Desconfiei, mas fim de mês, sabe como é. Eu precisava de vinho barato e, se possível, bom.
No Mundial (RJ) custa R$11,80. Resolvi provar.

Primeira e mais importante dica sobre este vinho: DECANTE por pelo menos 45 minutos.
Logo que saquei a rolha o vinho era alcoolico chegando a incomodar. A primeira provinha antes do decanter era decepcionante. Sem gosto, sem cheiro, sem graça.

Mas ele muda. Resolvi deixá-lo de lado e voltar depois.
Vamos à sua verdadeira face:
O vinho é pálido, poucas lágrimas (12,5%), não é bonito no copo (gosto das cores fortes no vinho).
Seus aromas lembram ao fundo frutas escuras e um pouco de madeira e baunilha, mas nada que incomode, pelo contrário, dá um "tchan" a mais.
Na boca, acidez baixa, taninos macios decorrente do corte e do tempo (quem sabe), quase sedoso (sabem como é?), persistência boa. Casou muito bem com um frango assado moderadamente temperado.

É um vinho que não me arrependi de comprar depois do susto. Vale à pena incluí-lo na lista de vinhos de fim de mês. Fica como mais uma opção.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Casillero del Diablo Shiraz 2006 (Chile)


Falar da linha Casillero vai ser chover no molhado. Existem só duas opiniões, os que acham uma linha bastante interessante e os que vão contra e o acham industrial demais. Eu a acho interessante.
Dito isto, vamos ao vinho:

Esse foi um vinho que achei precisar de decanter. Mas confesso que não senti diferença alguma no teste do antes e depois.

Na taça: Coloração escura, bonito, brilhoso, encorpado.

Aromas: Logo que abre-se a garrafa vão explodindo muitas frutas e parece se intensificar com o tempo. Frutas maduras escuras, pimenta, etc.

Na boca: Acidez equilibrada, todas as frutas sentidas no aroma, retro-olfato e persistência de sabor na língua muito bons.

É um vinho gostoso, fácil de beber. Já ouvi dizer que seria o melhor da linha del Diablo, mas confesso que não o vejo assim. Gosto mais do carménère, que depois comentarei, porém ainda não provei os demais.
Não sei se por não saber ainda identificar com clareza as peculiaridades de um shiraz, mas é um vinho que aconselho experimentar, mas eu dificilmente (pelo menos por agora) o comprarei por esse valor (R$25-30).

Repito: pode ser inexperiência minha ou questão de gosto mesmo. Prove você mesmo. No máximo chegará às mesmas conclusões que eu, mas não se arrependerá ou achará que foi dinheiro em vão.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ventus 2005 (Argentina)


Esse vinho é um mix de Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot.
Vinho básico da Bodega del fin del mundo (um dos melhores nomes de bodega que já vi), na Patagônia. É legal descobrir esses cantões do mundo que estão produzindo vinhos à despeito das condições climáticas que, antes da tecnologia, eram desfavoráveis assim como no nosso Vale do São Francisco ou Oklahoma, nos EUA.

O Ventus é um vinho que precisa de um decantação. Antes de decantar ele apresentará álcool forte no nariz e isso pode incomodar. No entanto,depois do decanter, é um vinho macio, razoavelmente equilibrado, com aromas de frutas escuras (assim como sua cor - bonita, encorpada) e persistência mediana. Nada de fenomenal, mas é mais um para a sua coleção de vinhos para o dia-a-dia que vale à pena ser provado alguma hora.

Custa cerca de R$14,00 e não é difícil de achar.
Para quem coleciona, sua rolha sintética porosa é preta e dará um toque charmoso naquele seu vidro cheio de rolhas!

Cosecha Tarapacá Cabernet Sauvignon 2005 (Chile)


Imagine: Você está com uma vontade imensa de tomar um CS no fim do mês. Já está duro e só tem R$10,00, mas não quer se decepcionar e levar água suja para casa. O que fazer?

Tomar o Cosecha Tarapacá CS. Linha básica da vinícola Tarapacá, esse vinho vai te surpreender pelo preço e pela qualidade. Talvez não dê nada à primeira vista olhando esta garrafa. Seu rótulo não é dos mais bonitos, não possui muito charme, não é uma garrafa pomposa, daquelas de "costas" largas. Mas tem conteúdo. Aqui as máximas "não leia o livro pela capa" ou "eu sou feio mas sou legal" são seguidas à risca.

Equilibrado, pouca baunilha e madeira, bem frutado, aveludado e sedoso. Coloração vermelha intensa, persistência mesmo depois de beber água. Muito agradável. Para o dia-a-dia de vacas magras, é a escolha certa.

Bem acima dos reservados disponíveis por aí. Seu preço fica em torno dos R$10,00 aqui no Rio.

Esse vinho é a prova de que com pouco dinheiro e alguma informação é possível beber coisa boa.

DegustEno sai na frente!!

Mal nasceu e o DegustEno já saiu na frente. Hoje foi publicado no caderno Ilustrada da Folha de SP uma página inteira sobre o "webenólogo" Gary Vaynerchuk. Mas aqui você leu antes!

Antes ainda, no meu outro blog, http://oletramiuda.blogspot.com, já havia escrito sobre o Thunder Show.

Os links para a WLTV estão disponíveis aqui no blog.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Miolo Terra Nova Reserve Cabernet Sauvignon/Shiraz 2006


Este vinho no copo tem aromas interessantíssimos. Frutas vermelhas escuras, geléia, um café bem ao fundo, sem presença do álcool. Seu visual é bonito de um vermelho grená. Boa formação de lágrimas.
Na boca ele me decepcionou por ser tânico demais. Me incomodou o excesso de taninos. O rótulo "reserve" dado pela Miolo, não condiz com isso. A impressão que dá é que nem passou pelo carvalho.
Algo não me soa bem, mas posso estar errado. Um vinho que se diz "reserva" estaria pronto para o consumo em 2 anos? Dois anos de amadurecimento para usar o "título" de reserva?

Me custou R$15,90 numa promoção nos supermercados Mundial-RJ.



Fiquei preferindo, por essa amostra, o Terra Nova Shiraz 2006 que outrora provei.

Thunder Show


Vocês conhecem o Gary Vaynerchuk?
Esse cara de fato arregaçou as mangas e partiu em busca da popularização do vinho. Desde cedo envolvido com vinhos (seu pai possuía uma loja), diz que desde os 17 pôde começar a construir sua "biblioteca" de aromas e sabores. Hoje é uma pessoa respeitada no mercado do vinho, empresário e de uma informalidade contagiante para com nossa bebida preferida.

Em uma comunicação pessoal que travei com ele, disse que ano que vem estará no Brasil. Gary não tem preconceitos com a geografia do vinho, mas é transparente na sua avaliação. Fica muito empolgado quando realmente gosta de um vinho produzido em um local improvável.

Seu videoblog, Wine Library TV (http://tv.winelibrary.com), é sucesso nos EUA e outras partes do mundo com episódios diários de degustação com direito a bonequinhos dos Thundercats na mesa.

O thunder show vai ao ar em inglês e desconheço versões legendadas, mas ainda que você não entenda bem o idioma do Tio Sam, vale à pena ver alguns programas e perceber como vinho e simplicidade realmente podem caminhar juntos.

Santa Carolina Reserva Carménère 2004 (Chile)


Amigos, abro esse blog que tem o intuito como muitos outros de avaliar vinhos acessíveis e fáceis de encontrar. Essa avaliação é pessoal e você deve provar o vinho e dar sua própria "nota". Sem muita frescura a gente vai seguindo e postando.

Começo com um vinho que muito me agradou. O Santa Carolina Reserva Carménère 2004. Do Vale do Rapel (onde dizem que a uva melhor se desenvolveu) e da safra 2004 que, ouvi dizer - confirmem, por favor - foi a melhor safra de carménère no Chile.

Valor: cerca de R$ 30,00
Onde: Wal Mart

Cor: O clássico violeta próprio da uva.
Vinho de aromas deliciosos. Nem decantei e logo ao sacar da rolha os perfumes de frutos vermelhos tomam conta do ambiente. Cassis é bem presente.
Na boca ele é sedoso, equilibrado, taninos suaves e final persistente.

Sem dúvida, um dos melhores, se não o melhor, carménère que tomei!
A safra 2005 que me aguarde!!