quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rawen carmenére 2008 [Chile]

Grandes amigos,
espero que tenham tido um natal de muita paz e alegria.
Estamos com a festa de ano novo apontando já no fim da semana, porém, ao invés de postar um espumante, vou colocar aqui outro tinto, carmenére e outra vez chileno. Por quê? Porque eu o achei ótimo e a primeira coisa que me veio à cabeça foi que eu devia contar a vocês. Alguém aí reclamaria em achar ouro todos os dias? Eu não!

Mas para não dizer que não falei de flores, dou a dica. O Espumante da vinícola Aurora, Conde de Foucauld Brut está por R$12,90 no Prezunic. Um espumante honesto e em preço excelente para o fim de ano. Nacional e, lembremos, os espumantes nacionais são, talvez, o que temos de melhor em vinhos.

Voltando ao tinto, hoje falaremos do vinho Rawen da vinícola Ravanal. Uvas do vale do Colchagua.
Aqui no Rio de Janeiro, sua venda é exclusiva da rede Hortifruti e me custou R$ 19,99 (R$20, né?!).

Logo que abri a garrafa entendi que estava diante de um vinho bem produzido. O aroma era explosivo, mas não tinha cheiro de massificação. Frutas vermelhas e pimenta. Sua coloração, diferentes de ouros carmenéres, é um pouco mais branda, no entanto a identidade da uva é mantida ao extremo. Com 13% de álcool, logo que se coloca na taça o álcool incomoda um pouco, mas abranda-se rapidamente dando espaço a aromas mais frescos.

Na boca um tinto pouco tânico e de acidez mediana para baixa. Suave e marcante. Definitivamente, um vinho para o dia-a-dia. Persistência de média para baixa também. Avaliação ruim? De maneira alguma!
Um carmenére de verão, eu diria. Ele não é aguado, sem gosto ou ralo. Mas não é aquele vinho que te deixa suando. Uma solução ótima para o calor carioca e quem não dispensa um tinto mesmo em dias mais quentes.
Seu preço é que podia estar uns reaizinhos mais baixo. Mas está valendo.
Não deixe de provar. Eu, provavelmente o provarei novamente.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Luiz Felipe Edwards carmenere 2009 [Chile]



Olá pessoal, como vão?
Natal chegando e a época é propícia aos vinhos no mundo todo. Mesmo aqui, com todo esse calor, podemos tomar vinhos. "Mas e o calor?", tome um branco, um espumante ou mesmo um rosé. Mas, se onde estiver degustando tiver um ar condicionado, tome tintos também.

E então, gostaram do Globo Repórter sobre vinhos? Foi meio médico-nutricional mas está valendo. É sempre bom ver o vinho sendo propagado em meios populares.

Hoje quero falar de um vinho que sempre quis tomar e sempre adiei. Não sei a razão disso, mas só sei que foi assim, como diria Chicó.

O Luiz Felipe Edwards (LFE) é um chileno popular de qualidade muitíssimo interessante. Está na faixa de preço (R$14,90 - Pão de Açúcar) dos Santa Helena, Santa Carolina, Concha y Toro reservados, mas na minha opinião, é melhor que todos esses. Ele está mais para um Morandé. Lá no mercado, levando acima de 3 garrafas ele saía a R$ 9,90. De graça!
Essa comparação nem sempre surte efeito objetivo, mas é mais para nos posicionarmos quanto à qualidade do produto.

Esse carmenere é típico: olfato denso e fechado de frutas vermelhas silvestres. Um toque de couro e chocolate com tijolo. rs Ri não, é isso mesmo.

Na boca é um vinho potente, de taninos moderados e acidez na medida. Persistência é boa e ficamos com o retrogosto amadeirado na boca.
Frutas, muitas frutas. É bem novo mundo, fruit bomb, mas super equilibrado, sem maquiagem, sem carvalho em excesso.

Deve cair muito bem com guisados, carne de porco, pratos de sabor intenso.
Vale muito à pena aproveitar a promoção.

e menção honrosa!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tributo Marco Luigi - Touriga Nacional 2008 [Brasil]

Olá amigos!
Hoje estamos aqui para falar de mais um vinho nacional.
Já há algum tempo que eu provo os vinhos Tributo e seus varietais e sempre os achei vinhos bastante honestos.
Hoje vi no mercado este touriga nacional e não resisti.
A touriga nacional é a uva emblemática de Portugal assim como a carménère é a do Chile e a malbec da Argentina.
Há um tempo que leio que empresas portuguesas em associação com vinícolas brasileiras tentam desenvolver cepas portuguesas aqui. E estão se dando bem, podemos afirmar. Vamos tentar deixar as comparações de lado e ver o vinho.

Eu nunca havia provado um varietal desta uva. Os vinhos portugueses a usam bastante, mas não como varietal. O que quero dizer é que não é comum, ou pelo menos não a um preço acessível.

Pois bem, comprei.

R$17,19 (não entendi nada sobre esses R$ 0,19).

Vinho muito bom!

Na aparência um vinho jovem, brilhante, mas de coloração não tão forte como um CS. Diria que a cor dele não é tijolo, grená, rubi... é vinho mesmo!
Lágrimas abundantes, rápidas e constantes. (12% vol.)
No olfato um pouquinho de álcool aparente mas sem incomodar.
Aí temos um olfato composto por amoras, cassis, algo herbáceo bem leve e mentos sabor uva (isso, aquela balinha mesmo).
Um vinho de taninos medianos, eu diria, na medida em que gosto. Sem amarrar muito e persistência excelente.

A acidez dele + taninos me faz imaginar que ele cairia como uma luva em churrascos. Uma picanha, fraldinha, carneiro, capivara, javali. Carnes com alguma gordura e de sabor marcante.

Eu, que nunca havia provado deste varietal português, adorei.

Ah! Vinho de Bento Gonçalves, Vale dos Vinhedos.

P.S.: Ao fundo da imagem a biografia dos The Doors. Ótima, não deixem de ler, bebendo um vinho, claro.

domingo, 15 de agosto de 2010

Almaden merlot 2009 [Brasil]

E a frustração foi tanta com o vinho francês da sexta que hoje (domingo) tive que comprar outra garrafa. Minha mulher sentenciou, "gostei daquele último". Ela se referia exatamente ao último vinho aqui postado antes do Chateau Lacombe, Almaden.CS.

Não vou discorrer sobre tudo que se passou com esse vinho novamente. É só ler dois posts antes desse.

Mas nós ainda não havíamos provado o que havia sido feito do Almaden com a uva que melhor adaptação tem no nosso sul.

Pois bem.
O vinho é bastante interessante, mantém a proposta de um vinho jovem para jovens, esse é o marketing em cima do novo Almaden.
Coloração bem viva, lágrimas abundantes e constantes. Graduação alcoólica em 12,5%. O vinho, segundo indicação do fabricante tem seu ponto alto com 1 1/2 de idade. Não foi o caso. Daqui há 1/2 ano, essa safra deve estar melhor.

Mas encontrei um vinho muito saboroso. Com aroma frutado, menos fechado que o CS, mais aveludado e ácido que este também. Ruim? Claro que não, estava ótimo e me arrependi de não ter comprado outro para hoje mesmo.

A persistência dele ou retrogosto é que poderia ser um pouco melhor. Mas calma lá, né?! Estamos falando de um vinho de custo x benefício para o cotidiano.

R$ 10,90 no Mundial aqui no Rio!!!

Château Lacombe Bourdeaux 2008 [França]

Esse vinho é um AOC francês. Sabe o que quer dizer? É a classificação mais alta de controle de qualidade dado a um vinho lá na terra do "abajour". Significa "Appellation d'origine contrôlée", ou seja, vinhos de designação de origem controlada. Isso, no entanto, não quer dizer muita coisa. 
Posso garantir a vocês que já tomei vinhos de mesa francês melhor que esse. Vai vendo...
Pode ser que meu paladar plebeu não me deixe reconhecer o que é um vinho francês de verdade e tal, mas fato é que não gostei desse vinho ralinho.
Uma mistura de merlot com cabernet franc. 
Álcool em 12%, uma cor pálida e... ops! rolha em perfeito estado! O vinho não estava estragado, ok?!
Na boca, equilibrado como costumam ser os vinhos franceses, mas muito, muito sem expressão. Equilibrado por baixo, digamos assim.
Aromas de frutas que escapam por entre os dentes.
Ah, gostei não.





domingo, 18 de julho de 2010

Almaden cabernet sauvignon 2009 [Brasil]

Olá amigos,

hoje vou falar de um mito. Lembrando, claro, que não necessariamente o mito se refere a um deus ou herói. E este parece ser o caso agora. Mas, se quisermos dar algum tom épico a esse empreendimento, não será tão exagerado.
Pra quê toda essa dramática introdução? Vamos lá...
Quem aqui nunca tomou Almadén?? Quem aqui depois que começou a entender o mínimo que seja de vinhos finos não praticou o esporte de falar mal desse vinho? Aguado, anos 80, de botequim, de merda...
Almadén era por mim usado como chacota quando queria sacanear um amigo que achava esse vinho "bonzinho".

Pois bem. A Miolo comprou a marca, seus vinhedos, colocou um ban-ban-ban pra cuidar dele e o marketing decidiu que, como o próprio líquido, este seria destinado ao público jovem com preço atrativo.
Comprei. Esperava um fruit bomb cheio de carvalho, algo que fosse tragável de 6 em 6 meses. Algo como um Santa helena ou Concha y Toro reservado, sabe como é? Aquele vinho que você pode comprar numa loja de conveniência quando pinta uma reunião de última hora na casa de um amigo e que não te comprometerá tanto caso não seja uma reunião de enólogos.

Uma grata surpresa. O Almadén CS 2009 não é nem de longe um fruit bomb. Nada contra essa categoria de vinhos. Até gosto de vez em quando. Mas não o julgue por isso. Com certa complexidade de aromas, líquido escuro e brilhante (vivo). Aroma muito bom e nada de álcool aparente. Nem decantei o líquido! (12% vol.)
Frutas negras estão em seu gosto, persistência moderada e bem interessante para sua faixa de preço. Eu de fato, não consegui mapear completamente sua paleta de sabores. Acho que porque estive algum tempo sem tomar vinho e certamente o comprarei de novo.

O vinho dispensa a tradicional rolha e vai de screw cap. Moderno como a cara que a empresa quer que o vinho tenha. Estava em perfeito estado de conservação.

Parabéns Miolo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tempo de vinho!

Queridos enoamigos, a temporada do vinho está chegando para o DegustEno. Sim, porque após uma breve crise de identidade, resolvi que não adianta para nós aqui tomar vinho o ano todo se tem épocas que o calor pede cerveja.
"Mas e aquele papo de vinho de verão, é balela?" Não, não é. Champagne cai muito bem no verão, mas.............
para quem gosta de champagne e eu não sou muito chegado. Nem neles e nem nos vinhos brancos. Pode ser que uma vez ou outra um apareça por aqui por ter me surpreendido ou simplesmente porque tomei e achei legal postar a experiência aqui. Mas não será a regra. Resolvemos que o DegustEno não será um catálogo subjetivo do vinho. 
Vai funcionar como sempre funcionou, sem pressão, com os vinhos que me aparecem (não sairei correndo feito louco atrás de uma garrafa) e que trazem prazer ou não, mas no momento oportuno. Ok?

Para períodos mais quentes, vamos tomar uma cervejinha e para os meus 3  leitores carentes, eu criei um Cerve Já há algum tempo. Um blog sobre cervejas que também não deixa a desejar para o conteúdo daqui. 

Tudo isso para dizer que agora no dia dos namorados será aberto um Errazuriz Cabernet Sauvignon buscado lá noi chile mesmo. Nada de importadora! rs 
O vinho já está há um ano comigo e será agora degustado.

Aguardem!!!


A imagem é de um carmenere, mas vamos provar o CS.



sábado, 1 de maio de 2010

Trapiche Pinot Noir 2009 [Argentina]


Amigos,
o tempo vai ficando mais agradável e a vontade de tomar um bom vinho vai retornando. Sim, porque com os 50° de sensação térmica aqui do Rio, não há espumante que dê conta (pelo menos não para mim). Mas acabou sendo interessante e por conta disso descobri que o mundo das cervejas está tão bem servido em variedade quanto o dos vinhos. Para não alongar a discussão aqui, http://cervejabeer.blogspot.com .

Eu resolvi, portanto, provar um pinot noir que já olhava há algum tempo por seu preço. A pinot noir é aquela coisa, tem quem diga que se não for acima de R$50,00, esqueça. Contrariando essa filosofia, o DegustEno anda atrás de bons vinhos para carteiras modestas. 

O Trapiche pinot noir é vendido aqui no Rio em muitos mercados e armazéns por R$ 16/R$ 17 e já não era sem tempo da gente aqui mandar ele pro teste.

Logo de cara, tenho que confessar que de pinot noir nem o cheiro!

É um vinho leve, sem muitas pretensões que se eu o servisse em uma reunião informal no meio de um bate-papo talvez ele passasse tranquilamente. Mas não como pinot noir. Em um teste cego, creio que merlot seria a opção mais votada ou um assemblage basicão e industrial que não chega a ofender.
Mas o fato é que eu comprei um pinot noir e queria beber essa uva. Não rolou!

No copo um vinho escuro como não deveria sr esse líquido. Brilhante como o novo mundo e lacrimoso como a novela das oito. (13,5%)

Nos aromas, algo bem industrialzão! Baunilha, frustas negras e blá blá blá. Decantado ele melhora um pouco e torna-se menos explosivo.

Na boca, nada demais. Se estás bebendo numa reunião, como eu disse, em que o vinho não é o assunto principal, ele vai descer tranquilo. Se for uma reunião de amigos do vinho, esquece!

Tem até alguma persistência, mas não de pinot noir. 

Se quiser um pinot noir barato, por enquanto sugiro o Miolo quinta do seival ou o Indomita. Ambos na faixa dos R$ 19,90.




terça-feira, 6 de abril de 2010

Pampas del Sur - Merlot/Malbec 2008 [Argentina]

Olá amigos!
Depois de mais um longo tempo hibernando, o degusteno volta a avaliar um vinho. O calor aqui no Rio de Janeiro era tão insuportável que um blog de cerveja teve que ser criado, pois nem vinho branco descia!!
Hoje, dia histórico no Rj por causa da chuva mais forte que já assolou essas terras, a temperatura baixou, o prefeito mandou a gente ficar em casa e como não tinha nada pra fazer, resolvi tomar um tinto.

Vamos lá.

Logo que abri esse vinho o senti muito forte. O álcool logo subiu incomodando muito. Não teve jeito, foi pro decanter! Depois de mais de uma hora respirando, ele apresenta-se pouco mais convidativo. Seu álcool não é mais tão aparente (não chega a incomodar). Frutas escuras aparecem como a cereja negra e a amora.
É bem escuro e brilhante. Tem 13° de vol. alcoólico.

Na boca, um líquido ácido de maneira que acabou me pegando de surpresa. Eu não esperava toda essa acidez de um corte entre merlot e malbec. Achei que seria uma bebida macia. Sua persistência não é das melhores e as frutas meio que desaparecem.

Em suma, não é um bom vinho.
Não dei sorte. Dia ruim, vinho ruim, situação ruim... vai levar uma só taça, pq pelo menos aqueceu um pouco o frio.