sexta-feira, 25 de julho de 2008

Saint Paulin 2006 (França)


Esse vinho não estava no queijos e vinhos, mas vou postá-lo agora.

É um vinho de mesa que custa cerca de R$14,00 no Wal Mart (importação exclusiva dessa vinícola - SICHEL).
Você já deve ter aprendido em algum lugar que os vinhos de mesa são os mais básicos da frança, muitas vezes tidos como sem qualidade, seguidos dos "vin de pays" e depois os AOC.

Mas aviso-os enoamigos, esse, podem comprar. Simples e fácil.
Feito de syrah (shiraz), grenache e cisnault, apresenta-se com aquela coloração um pouco mais pálida que vejo muito em vinhos do velho mundo, lágrimas um pouco mais tímidas, porém constantes. Seus aromas são ótimos! Frutado, baunilha (sem incomodar), algo como doce caramelizado. Na boca um vinho sedoso, taninos macios, equilibrado. O retro-olfato é do doce. As frutas são sentidas de início e há um persistência interessante.

É um vinho para o dia-a-dia. Não espere dele algo fenomenal. Mas é bastante justo e seu preço compensa.

Ah, esqueci de falar do álcool em 12%. Esqueci de falar pq ele nem aparece!!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Herdade do Pinheiro 2004 (Portugal)


Outro vinho que apareceu naquela noite foi esse conhecido portuga.

Vinho constituído das uvas Cabernet Sauvignon (curiosidade p/ vinhos portugueses), trincadeira (esta é conhecida na Austrália como "Portugal Malbec"!) e aragonês (mais conhecida como tempranillo).

Vinho de coloração densa, escura, brilhante. Álcool a 13% bastante aparente, o que incomodou um pouco aos convidados. O deixamos oxigenar bastante enquanto bebíamos outros. Ficou mais de uma hora sem ser tocado, mas seu álcool continuava muito presente.

Possui aroma frutado, intenso. Algo de pimentão talvez. Pouca madeira.
Na boca, a pimenta da CS aparecia, frutas e alguma queimação do álcool. Sinceramente não esperava tanta até mesmo por já ter sido vinho premiado em outras safras. Tem boa acidez e ótima persistência. Taninos moderados.

Seu preço está entre R$25 - R$30 aqui no Rio.

Algo esteve errado com esse vinho nessa noite. Ainda acho que esse vinho não deve ser tão alcoolico assim.
Enfim, por essa amostragem não me agradou muito e nem aos demais confrades da noite.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Panilonco Cabernet Sauvignon 2005 (Chile)


Um dos melhores CS chilenos que provei. Potente, frutadíssimo e complexo.
Da viña Errazuris, produzido no prestigiado vale Colchagua confesso que nunca vi esse vinho vendendo e quem o trouxe ainda não me respondeu onde achou a pérola.

No copo sua coloração é de um grená intenso, escuro e brilhante. Chega a ter alguns tons violáceos. Formação constante de lágrimas. Seu álcool não aparece em momento algum (só quando sobe!!rs).

Seus aromas são deliciosos. Frutas vermelhas, cerejas, pimenta, ameixas, café ao longe.

Na boca a confirmação do cheiro. A pimenta do cabernet é bastante presente. Taninos que deixam a impressão de que pode ser guardados por mais algum tempo para amaciar apesar de não estarem em desacordo com o resto do vinho que se mostra com uma força impressionante. Um vinho que diz, "cheguei"! Faria excelente acompanhamento com carnes.
Possui persistência deixando o gostinho de "quero outro gole".

Se seu preço estiver até R$ 20,00 (esse era mais ou menos o padrão naquela ocasião) é uma excelente compra. Se estiver até R$30,00 também ainda valerá à pena, porém já disputando com alguns outros rótulos.
Muito bom.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Valpolicella Cantine di Ora 2003 (Itália)


Esse vinho é a prova de que vinho barato pode ser muito bom. Dias antes eu havia o mostrado a um amigo através de um encarte de mercado e quando este olhou o preço (R$ 10,90) indagou, "Por esse preço?? Deve ser horrível". Eu não havia experimentado, mas por esse preço valia à pena. Comprei e deixei para a hora do queijos e vinhos. Agradou e muito. Meu primo cervejeiro (aquele mesmo), aliás, já está ficando enófilo, bebeu, gostou e soltou, "deixa um gosto de toucinho, né?". Rimos. Bebi mais e notei que sim, deixava um certo gosto de defumado na língua. Menor que o pinotage, mas deixava. Sem falar na sua leveza. No copo um vinho claro, um pouco pálido já pelo tempo e poucas lágrimas devido ao álcool baixo (12%). Seus aromas lembravam frutas vermelhas (amora), baunilha, madeira. Tudo equilibrado. Na boca taninos quase ausentes, frutas, "toucinho" (rs) uma ervinha lá no fundo, sei lá, algo verde.

Ah sim, o final da história. Aquele amigo lá de cima chegou. Sem que soubesse de que garrafa era ofereci uma taça a ele. "Muito bom!" Questionei, "sabe que vinho é?".
"Não", respondeu. Mostrei a garrafa. Ele se rendeu. De fato, era possível comprar bons vinhos a preços baixos.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Escanção 2005 (Portugal)


O fim de semana foi de queijos e vinhos e sete garrafas entrarão para a galeria do DegustEno.

Portugueses, italianos, franceses, espanhóis e chilenos. Curiosamente a mesa era mais do velho mundo que do novo, mas não foi intencional.

Apesar de não ser teste cego, as opiniões foram quase unânimes acercas dos vinhos e a longo dessa semana colocarei uma por uma aqui.

Começaremos com uma grata surpresa da noite, um português do Dão chamado Escanção. Da vinícola De Nelas S.A. Não consegui saber de que uvas era feito, mas seu ano é 2005 (o site deles está em manutenção).

Vinho fácil de tomar, frutado e com aromas herbáceos. Cheguei a achar algum cheiro de manjericão verdinho na bebida. Não encomodava, pelo contrário, era até agradável. Lembra muito o Beiras Altas que aqui já postei. Vinho para o dia-a-dia que se o preço for abaixo dos R$15,00 vale muito à pena. Bem à frente de muitos chilenos e argentinos. Aliás, não coloquemos os vinhos para uma disputa pessoal, digamos que ele é diferente dos sabores do novo mundo, nem melhor, nem pior. Interessante.

Coloração intensa, vermelho fechado, 12% de álcool.

Na boca taninos de leves a moderado, nada alcoolico, equilibrado, um pouco de carvalho no fim do paladar (uma pitada na medida) e ervas. Acho que podemos também tê-lo como "vinho didático" para iniciantes. Anotem a dica.

Na boa, provem esse vinho descompromissadamente e farão dele uma ótima opção.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Casillero del Diablo Malbec 2005 (Chile)


Malbec chileno é uma curiosidade por si só por não ser muito comum. Tão curioso quanto seria um carménère argentino. E sendo da linha Casillero da Concha y Toro, também é novidade por estas terras.

De coloração escura como todo malbec, esse não foge à regra e mostra-se intensamente vivo pelo brilho. O vinho tem aroma amadeirado e balsâmico, fato que me lembrou o carménère da mesma linha.
Na boca um vinho equilibrado, de bom corpo. A persistência é ótima e a sensação de ter feito boa compra se concretiza aqui.
Nessa degustação havia um iniciante, cervejeiro, que queria passar a beber mais vinhos. Havia recentemente provado um Naturelle da Casa Valduga e gostado. Frente às resistências normais diante do vinho seco nos iniciantes (que o acham "rascante"; palavra típica do neófito), esse Casillero, segundo o convidado, desceu muito bem "sem amargar no final como o Naturelle.

É interessante esse malbec chileno apesar de ser um pouco maqueado. Me deu essa impressão ao remeter-me diretamente ao Casillero carménère. As uvas acabaram ficando parecidas.
Não se compara a um Terrazas de los Andes e pelo mesmo preço eu não exitaria em levar o argentino.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Santa Carolina carménère 2004 vale do Rapel (Chile)


Estou postando sobre esse vinho que muitos amigos enobloguistas já postaram para tirar uma dúvida que era minha e pode, por ventura, ainda ser a de alguém.

"Qual a diferença desse vinho para o reservado da mesma marca?"

O local do cultivo das uvas. Só! Se alguém souber mais alguma peculiaridade, por favor, coloque aqui.

Comprei o 2004 pois, como já disse, diziam ser a melhor safra da uva. Mas hoje, já não sei se esse vinho já não passou do ápice de sua forma.

Enquanto o reservado contenta-se em dizer ao consumidor que é do vale central, algo bastante generalizado tendo em vista que este é sub-dividido em alguns outros, este vem com essa denominação. Aliás, todos que têm esse rótulo, sejam da uva que for, são do Rapel.

No copo, cor já empalidecendo, aromas enfraquecidos, madeira. Um vinho que não se "lança" muito até você. Se deixar ele muito tempo aberto, perde fácilmente suas já poucas propriedades.

Na boca, não é diferente. Sabores tímidos daquilo que foi sentido antes pelo olfato.

"Qual é melhor, o reservado ou esse?"
Na boa, são exatamente iguais pelo menos pelas amostras que já passaram pelas minhas mãos. O preço deste costuma ser uma pouco mais caro que o outro (R$ 15,00 contra R$13,00). Mas gaste seus caraminguás para outra coisa na mesma faixa.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Queijos & vinhos


Inverno chegou, temperaturas mais baixas, excelente desculpa para abrir mais garrafas de vinho como se não o fizéssemos o resto do ano. Tomamos cabernet sauvignon em pelo verão!!! Isso é que é paixão por vinho.

Mas enfim... época de fazer ou visitar queijos e vinhos.
Então vamos a uma rápida e sem frescura tabelinha de combinação que peguei da revista de domingo do JB aqui no Rio.

Queijos & Vinhos

De cabra: Sauvignon blanc

Camembert, brie e outros com crosta: Chardonnay, pinot noir ou bardolino


De massa azul: gorgonzola, bleu d'auvergne,
bleu de bresse,
roquefort ou pecorino
: Cabernet sauvignon, merlot, sangiovese (encorpados)

Minas frescal: Trebbiano, chenin blanc (levíssimos brancos)


Contal, gouda,
saint-nectarine,
mimolet
: Merlot, cabernet franc, valpolicella (médio corpo)

Emmenthal, gruyère,
beaufort, parmigiano
: Viognier ou riesling (brancos encorpados) ou tintos de médio corpo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Two Oceans Pinotage 2006 (África do Sul)


Estava curiosíssimo para provar o meu primeiro pinotage. Havia comprado há mais ou menos um mês essa garrafa (R$16,90) e esperava uma boa oportunidade para a estréia. Não me decepcionei. A uva que é um cruzamento da pinot noir com a cisnault (que na África do Sul foi chamada de hermitage) é interessantíssima e peculiar. Havia até lido que essa cepa era "ame ou odeie", mas logo discordei dessa bipolaridade. Talvez nesse primeiro momento não tenha se tornado a minha uva favorita, mas confesso que ela ganha um destaque especial para mim. Seus aromas apareceram melhor após o decante (impressionante como essa coisa de decantar o vinho o transforma - postarei sobre decanteres ainda). Surgiram então as costumeiras e deliciosas frutas escuras acompanhando a cor fechada e brilhante do vinho. Lacrimoso. Devido aos seus 13,5% de álcool, o "choro" é constante. Na boca o mais interessante, traz algo de novo (para quem nunca experimentou a uva), a tal "fumacinha". A sua persistência é ótima e o gosto que você identificará como defumado fica presente na parte final da língua.
Certamente devem haver pinotages mais exuberantes, mais elaborados do que o Two Oceans, mas se a primeira impressão é a que fica, essa de fato marcou.
Só não darei as 5 taças porque estas ficarão guardadas para o que pode vir a ser O Pinotage. Caso Este não apareça, confiem, remarco este vinho sem problema algum.