terça-feira, 6 de outubro de 2009

Miolo Wine Group compra Almadén

A Miolo Wine Group acaba de comprar a Almadén. Buemba, buemba, como diria o José Simão.
Com a compra a Miolo passa a ser a maior (em quantidade) vinícola nacional com mais de 100 rótulos e uma produção de 12 milhões de litros de vinhos anuais. Segundo a empresa, essa é uma estratégia para aumentar a venda de finhos finos no país.
De fato, as vendas aumentarão. Sempre disse que, se a Almadén tivesse tanta qualidade quanto tem entrada no mercado, seria um dos melhores vinhos do mundo! Em qualquer birosca que ainda amarra as compras com papel e barbante vende Almadén. Se a Miolo puder elevar a qualidade da marca, de fato então, terá dado um tiro certo. Caso contrário, continuará pensando em termos quantitativos sem se preocupar muito com o que oferece e, utilizando-me mais uma vez da metáfora cervejeira, teremos uma Ambev dos vinhos, muita produção, domínio de mercado e qualidade abaixo da crítica.
Vamos torcer para que não seja esse o destino da Miolo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A massificação do vinho


Olá pessoal. O DegustEno ainda em fase letárgica mas NUNCA morto, fala mais uma vez aos interessados em vinhos de bom custo/benefício. Esse domingo andei fazendo uma peregrinação por mercados do Rio (compras do mês, aquela coisa toda) e, claro, aproveitei para dar uma olhada no que estava sendo oferecido pelas prateleiras do mercado. Há uma coisa notável, os mercados mais populares (Guanabara e Mundial) estão com uma "carta" de vinho muito melhor e mais variada do que há 1 ano (e eu me arriscaria dizer até mesmo 6 meses) atrás. A variedade existe em todos os estilos e, na medida do possível, nacionalidade. A questão da massificação do vinho é aquela polêmica toda e também não podemos ignorar que, massificar muitas vezes significa perder qualidade. Mas, como essa invasão não é feita por uma só vinícola, não estamos então sofrendo, pelo menos por enquanto, do que poderia ser o que no mundo da cerveja se tornou as Skol, Brahmas e Antárticas da vida, água com gás. Dito de outra maneira, a explosão de vinhos em mercados populares não os transformou em suco ralo de uva com álcool, ainda que aqui e acolá possamos achar alguns desses exemplares.
Prefiro dizer que o vinho está mais próximo da mesa do brasileiro comum e mortal do que nunca e essa é a nossa chance de experimentar novos sabores.

Saúde amigos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Baron de Paris Reserva - França (2007)


O que podemos esperar de um vinho de mesa francês?
DEPENDE!
"De quê?"
- De tudo! - gritou um lá atrás.
Pois é, não caiamos na armadilha do francês-melhor-de-todos e nem na do vinho-de-mesa-não-presta. Em se tratando de vinho de mesa francês, há que se dar uma chance, pois já tomei muitos interessantes. Claro, não vais esperar um Chablis na garrafa errada, mas se a ocasião te permite (leia-se, cotidiano), acharás coisas legais. Mas, é bem verdade, já tomei vinhos de mesa francês que não agradaram seja por serem muito aguados, seja pelo álcool incomodando.
Não é o caso do Baron de Paris, vinho que encontrei por R$10,90, ainda que na internet seja vendido por R$19,90.
Equilibrado e honesto são os melhores adjetivos desse vinho. Com 11% de álcool, ele é um vinho para queijos de personalidade menos marcantes e pratos menos gordurosos; "comidinha light" como diria minha noiva.
Possui aquele aroma característico dos vinhos franceses que primam pela equação interessante de baunilha, frutos vermelhos escuros e, nesse caso, um pequeno toque herbácio que não me incomodou em nada, pelo contrário, me agradou bastante.
Na boca é um vinho de acidez equilibrada, taninos de moderados a baixo e persistência mediana.
Mudando um pouco a ordem das percepções, sua coloração não é daquela intensidade dos vinhos do lado de cá da poça. É de um grená mais brando e de brilho mais delicado.

Com R$10,90 no bolso, dificilmente achará um chileno interessante. Casos raros já apareceram por aqui, mas mesmo o Cosecha Tarapacá e o Farmus (casos que eu me lembro mais, já aumentaram uns R$2 ou R$3 cada).

Gostei! Levará três taças mas com medalha de honra ao mérito!!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Jean Lafitte - Côtes Du Rhône - França (1998)


Amigos hoje é uma noite especial. Ganhei este vinho no meu aniversário e já sabia desde o início ser algo especial. Uma garrafa de 1998; um vinho de guarda.

Chega de lenga-lenga e vamos aos trabalhos.

Confesso que ainda não havia tomado um vinho tão antigo assim. Como todos sabem, minha faixa de vinhos é bem mais modesta apesar de já ter experimentado coisas bem legais com amigos. Uma delícia!

Logo ao abrir minha garrafa a preocupação era com a rolha que se estivesse muito seca, seria indicativo de que o vinho poderia ter se estragado com a entrada do oxigênio. Mas estava tudo certo e ela me indicava que o vinho tinha tudo para estar bom.

Ao colocá-lo na taça já temos aquelas características do vinho antigo. Cor mais pro laranja, tijolo, um vermelho desbotado com bordas bastante transparentes. Suas lágrimas são finas e sutis. Seu teor alcoólico é de 12,9%.
Seus aromas são quase indescritíveis para um mortal como eu. Tem cassis, chocolate amargo, couro. Me lembrou alguns portugueses mais novos que bebi. As frutas são escuras como cereja negra, amora, mas não acentuadamente. Baunilha na medida exata.
Na boca um dos vinhos mais suaves que já provei. Taninos ainda presentes e suavizados pelo tempo. A persistência é excelente. O seu sabor fica na boca muitos minutos após o gole. Sou capaz de falar de sues aromas (sim, aromas) mesmo tempos depois do gole.

Eu posso não ter as palavras e os qualitativos "exatos" (exatos = técnicos) para descrever esse vinho. Mas definitivamente eu posso o apreciar, sentir seu abraço tão bem ou melhor do que qualquer análise técnica. E assim deve ser o mundo do vinho, menos análises normativas (deixem essas para os técnicos de revistas), mais análises subjetivas e poesia.

Saúde!!!!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sou da Vila e DegustEno juntos!


Eno companheiros (ou Eno seguidores, nesse caso?), o DegustEno agora tem uma coluna dentro do site Sou da Vila (www.soudavila.vai.la). O site já é uma referência para quem é do Rio de Janeiro e principalmente do bairro de Noel e adjacências. Lá falaremos também do mundo do vinho dando muitas dicas aos iniciantes nessa arte sem cair na enochatisse nossa de cada dia. Com uma linguagem rápida e fácil como você já está acostumado, saberá que vinho, para qual oportunidade e onde comprar e tudo mais.

Não deixem de prestigiar esse site que é de um dos bairros mais queridos do Rio de Janeiro e nos acompanhe por lá também. As colunas não serão cópias das postadas aqui!!!

Saúde!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Lezíria - vinho de mesa - (Portugal)


Como sabemos, os vinhos de mesa na Europa em geral são os mais simples na escala de qualidade que eles adotam. Apesar de cada país ter suas próprias regras para que o vinho ganhe essa ou aquela categoria, há um certo consenso que, intencional ou não, colocam as hierarquias do vinho de cada país europeu em pé de alguma igualdade.

Sendo assim, o Lezíria é um vinho muito interessante surpreendente. Primeiramente pelo preço baixo (o comprei da primeira vez por R$ 7,90 e agora por R$ 9,90), segundo pela sua qualidade.

Claro que desconfiei quando vi o vinho português com esse preço. Imediatamente pensei que se tratava de algo ruim ou no mínimo estaria estragado. Mas o dono do mercado de bairro que comprei me indicou e ele sabia que eu voltaria caso algo estivesse errado, pois é lá que compro boa parte de meus vinhos de baixo custo.

Da adega cooperativa de Almeirim (C.R.L.), o Lezíria é constituído de castas da região com predominância da Castelão.
Sua cor é de menor intensidade do que os vinhos do novo mundo, mas não deixa de ser brilhoso. Graduação alcoólica em 12,5%. Seus aromas são intensos e podem ser sentidos assim que abrimos a garrafa. O cheiro de frutas vermelhas bem maduras é notável e com algum tempo de oxigenação é possível sentir algo de chocolate e baunilha, mas nada enjoativo.
Na boca é um vinho macio de taninos harmoniosos e acidez média. Se fosse um tantinho menos ácido não seria mal, mas não chega a incomodar. Persistência mediana.

Eu não tenho nada a reclamar desse vinho que merece as três taças e algumas provas além de uma simples garrafa. Excelente opção de vinho barato.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Em Breve: Perez Aragonêz.

Se você achá-lo em algum lugar, pode comprar porque é um super vinho. Delicioso, já provei. Mas como deixei de anotar na primeira oportunidade, prefiro tomá-lo e passar as impressões "fresquinhas".

100% Tempranillo - Espanhol.

Nas melhores casas do ramo!

sábado, 9 de maio de 2009

Herdade dos Cotéis Rosé - Portugal (2006)



Pessoal, desculpem a demora e o sumiço novamente, mas digamos que a crise pegou o DegustEno e por motivos de força maior ficamos bebendo Bohêmia por um tempo. Não que seja mal (adoro!), mas não é o nosso propósito.

De qualquer forma, estamos de volta em definitivo (acho).

Voltamos com um vinho rosé português de 13% em sua graduação alcoólica. Relativamente ácido e de gotas ligeiras na taça.
Seu cheiro de fato não me agradou muito. Agora, não sei se por eu não ter costume de tomar rosés ou por não ter gostado mesmo.
Seu paladar, no entanto é interessante e eu o tomaria de novo sem compromisso, mas confesso que dificilmente o comprarei novamente.

É vendido na rede Hortifrutti aqui no Rio que detém sua exclusividade de importação, assim como os outros de sua linha.Custou R$ 15,90 e pode ser uma boa opção refrescante.

Confissão: Não sou muito chegado mesmo aos rosés!

Fui!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Lazzos Chardonnay 2007 [Argentina]


Pessoal, o DegustEno anda meio paradão, mas como já anunciava o post anterior, não morto. Digamos que o calor, do conotativo ao denotativo, anda impedindo que os post sejam mais frequentes. Não importa, aqui estamos e vamos falar de vinho branco e acessível.

Para quem mora aqui no Rio e compra vinhos para o dia a dia em supermercados, há uma boa opção para o calor dos trópicos. O Chardonnay da bodega Filus em sua linha para o cotidiano, a Lazzos, é um vinho bem legal.

Eu e um amigo matamos 3 [!!!] fim de semana passado. A geladeira estava cheia de cerveja, mas fomos tentados a permanecer nas uvas.

Tem uma coloração de um palha mais claro, e aromas de abacaxi que se desprendem facilmente da taça. Na boca, um vinho bem macio e um pouco ácido. Fiquei imaginando que ele se sairia bem naquele almoço pós praia com um arroz branco, carne assada e uma saladinha de alface.

De qualquer maneira, foi agradável somente com petiscos.

O preço dele costuma ficar em torno de R$ 13,00.

Abração!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Não estamos mortos... só sonolentos!

Pessoal, o DegustEno não acabou!
Acontece que estou sem internet em casa e trabalhando muito, sendo assim fiquei sem tempo para atualizar o blog, mas novas anotações já estão sendo feitas e em breve mais vinhos nos aguardam.

Grande abraço e aproveitem o arquivo!