sábado, 21 de dezembro de 2013

Dueto Shiraz/Pinot Noir – Casa Valduga (Brasil) 2012

Queridos amigos, quanto tempo!!!
Fico feliz que mesmo sem atualizar a página tenha uma procura interessante.
Hoje, vamos analisar esse vinho que por muito tempo fiquei me perguntando que sabores teriam um corte inusitadocomo esse. Estava empolgado.
A Casa Valduga sempre foi uma vinícula que eu respeitei, mas esse exemplar me decepcionou.
Foi comprado por R$36,90 na rede O Queijão em São Pedro da Aldeia – RJ. Eu esperava no mínimo um líquido equilibrado. Entretanto, o vinho (safra 2012) tinha dificuldade em soltar seus aromas. Muito timidamente apareceram algumas notas de baunilha e frutas vermelhas (?).
Na boca, um vinho estremamente ácido do início ao fim. Nem mesmo deixando-o respirar ele se manifestou de outra forma. Foi degustado com queijos e pizza. Nada.
Com um custo-benefício péssimo, leva apenas uma taça na nossa classificação.

1 Taça

sábado, 17 de março de 2012

Américo Vespucci Montepulciano - 2010 [Itália]

Salve amigos do vinho, estou vindo dessa vez falar de um italiano super em conta, o Américo Vespucci. Da uva MontepulcianoSalve, ele é forte e escuro o que o deixa ideal para carnes vermelhas. Eu por exemplo fiz uma carne assada para acompanhá-lo.
Seu aroma é bastante furtado e fechado. Amoras, talvez? Sei lá, não importa tanto, mas vc lembrará. Aromas furtados escuros. Apesar do álcool a 12,5%, não incomoda no nariz.
Seu sabor é interessante. Vc espera um vinho tânico, mas nem é tanto, na medida. Deu-me a impressão de um início até adocicado na ponta da língua, mas logo ele mostra a que veio.
Custou R$ 14,90 no Mundial e mais uma opção barata para sair da mesmice.

4 taças

domingo, 1 de janeiro de 2012

Doña Dominga Cabernet Sauvignon/Carmenere 2010 [Chile]


Olá amigos. Primeiramente feliz 2012 para todos e um ano de transformações para todos para que isso se reflita num mundo mais interessante para todos nós.

Depois de algum tempo venho falar desse vinho chileno bem legal tanto no preço (R$13,98 no Zona Sul) quanto no sabor - Doña Dominga, num corte inusitado - cabernet sauvignon (70%) com carmenere (30%). Não é todo dia que topamos com esse tipo de mistura.

Esse vinho é da excelente e premiada vinícola Casa Silva. Traz na garrafa uma etiqueta dizendo que a vinícola foi a escolhida do ano pela revista Wine & Spirits. Isso não me diz lá muita coisa, mas vá lá. Quem faz nosso paladar não é a revista e sim as nossas bocas e narizes.

Safra: 2010 - Mas já tomei a 2011 e não senti grandes diferenças.
Dessa vez eu fiz o ritual mais completo e burocrático do vinho para ver se mudava o sabor. Usei o decantador e o deixei descansar 30 min.
Da primeira vez não tive todo esse cuidado.

A primeira coisa que me chamou atenção nesse vinho foi o álcool. Mesmo depois de decantado, quando o girei na taça, ainda incomodava o cheiro forte que subia. Seu volume é de 13,5%. É alto, típico dos vinhos jovens do novo mundo, mas isso não é desculpa porque encontramos vários outros com essa graduação e que não têm esse inconveniente. Esse certamente é o pior defeito desse vinho.


É possível sentir o aroma da carmenere apesar de só 30% do líquido ser dessa uva. Mas como é marcante (pelo menos para mim que a tenho como casta preferida), não é difícil discriminá-la.

Como estamos falando de duas uvas potentes, era esperado que na boca fosse bastante tânico. Mas não, o corte das duas uvas amaciou o vinho. Amaciou até demais pro meu paladar. Tem acidez equilibrada, mas persistência fraca. Na ponta da língua dá uma leve adocicada.

Sei lá... acabei achando esse vinho meio sem personalidade. Quando compro um Doña Dominga varietal, ou seja, a garrafa inteira feita de uma só uva, nunca me surpreendi. Sempre excelentes vinhos.

Talvez o fato de ser um corte inusitado, eu não tenha conseguido me adaptar. Enfim, continuo achando que você deve experimentar e me dizer sua opinião. Não o deixe de beber só pela minha, ou de uma revista qualquer.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Casal Mor reserva 2008 [Portugal]


Inverno chegou de vez, mas em boa parte do país, já era possível degustar um vinho tinto encorpado desde a estação passada.
E é nessa época que os mercados explodem em festivais de queijos e vinhos. Começa o garimpo, já que é também nesse período que surgem novas importações e bons preços.
Foi nesse esquema que eu encontrei o Casal Mor. Um português honesto e que deve ser experimentado.
O que chama de cara atenção nesse vinho é que ele não é nem do Alentejo, nem Douro, nem Dão, respectivamente as regiões mais famosas da terrinha.
É um vinho da região de bairrada. Mas é um Denominação de Origem Controlada (DOC), o que lhe confere um patamar de qualidade segundo as normas portuguesas de fabricação de vinho.

Vinho de 2008. Isso já me fez esperar um vinho mais macio, maduro, de cor começando a clarear, talvez nem tanto brilho no olho, porém recompensado pelo paladar. Isso se ele tivesse potencial de guarda.
Um corte das uvas Baga (50%), Tinta Roriz, mais conhecida fora de Portugal por Tempranillo (35%) e Castelão (15%).
Álcool a 13% vol.
Nada mal, as expectativas eram as melhores.
Preço: R$ 11,70 no Mundial - RJ.

Quer melhor??

Logo de cara , ao sacar da rolha ele já deu uma perfumada no ambiente. parecia que o g~enio estava louco para sair da garrafa.
Na taça já quebrou uma de minhas fantasias, sua cor era brilhosa, escura tal qual um vinho jovem. Tá bem, não é um vinho velho, mas lá se vão 3 anos (2 e 1/2 talvez). Enfim, isso não muda em nada para mim.
Não é um vinho muito lacrimoso e nem de gotas rápidas.
Mas seu cheiro é algo incrível.
A sensação que eu tinha era de estar entrando numa madeireira. Não por ser enjoado ou forte, mas sabe aquele cheiro marcante de madeira? Não é o tal carvalho que dá cheiro de baunilha, muito longe disso. Aliás ele tem pouquíssimo disso. Mas era algo como cedro. Com chocolate, couro, cerejas negras. Delícia!

Na boca, um vinho fácil, acidez mediana, não traz a madeira do cheiro para a língua, pouco tânico. Não enjoa, satisfaz. A minha impressão era de que se ele repetisse na boca o cheiro, seria um vinho perfeito.
Retrogosto mediano.
Eu o comprarei novamente. Talvez possa ser guardado ainda por mais um ano.

sábado, 18 de junho de 2011

Panul Carmenère 2009 [Chile]

Encontrei esse vinho no Wal-Mart por R$12,00. Depois percebi no rótulo do mesmo que o próprio Wal-Mart está fazendo sua importação do Chile. Mas o que me fez levá-lo?
Foi o fato do vinho sair de uma das vinícolas mais prestigiadas do Chile, a bodega Errazuriz. Obviamente que eu não estava esperando o mesmo resultado do Errazuriz. Estava claro para mim que era um tipo de vinho de 2ª linha da casa, mas resolvi tentar, afinal de contas, por que não levá-lo?

O vinho logo ao retirar a rolha espalha seu aroma pelo ambiente. Decantou por 30 min. aproximadamente.
No nariz ele não mostrou-se um fruit bomb dos demais vinhos chilenos nessa faixa de preço. Mas também não foi dos mais empolgantes.O aroma típico da uva de frutas vermelhas escuras, morango, cereja e também chocolate e couro são aparentes, mas sei lá, tinha um certo vazio ali. Faltava algo. Estaria eu sentindo falta da bomba de frutas?
na boca veio o que de fato para mim se mostrou um defeito, mas para o meu gosto. Um vinho ácido. Não sei se já estava passando do tempo ou o quê, mas fato que o excesso de sua acidez encomodou-me. Como se a cada gole minha sobrancelha tivesse que se comprimir um pouco.

Persistência mediana, mas como não foi o gosto de que eu queria na boca, tanto fez também.

Enfim, um vinho que vai levar 2 taças somente. E fica como  prova de que nem sempre nome faz sabor.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pesquisas atestam: preço e rótulo podem enganar o Sommelier: Nós já sabíamos!!


Aqui no DegustEno você sabe qual a máxima, né?!
Bons vinhos não estão necessáriamente nas garrafas mais caras. Essa sempre foi a filosofia do blog e fica notório quando olhamos para os rótulos aqui postados e seus preços.

Pois bem, leiam essa reportagem do jornal Folha de São Paulo.

A galera "especialista" (sommelier quiçá, formados) submetida a umas pegadinhas científicas, geniais diga-se de passagem, ficou entoando mantras nirvânicos para vinho de mesa só porque estavam engarrafados e etiquetados como grand cru (vinho de excelência)!!
Em outro experimento, um corante que deixou o vinho branco com aparência rosé, SEM ALTERAR O GOSTO, foi o suficiente para as análises gustativas mudarem totalmente.

E mais, quando colocam 3 taças de vinho na frente do especialista onde duas das quais são idênticas, em um terço das tentativas, eles são incapazes de apontar qual a amostra diferente.

Leiam:
Link direto para o jornal: http://www1.folha.uol.com.br/comida/921535-preco-e-rotulo-do-vinho-podem-enganar-sommeliers-dizem-estudos.shtml


A matéria é do articulista Helio SCHWARTSMAN.

A Associação de Brasileira de Sommeliers diz que é isso mesmo. "Ninguém tem coragem de falar mal de um vinho famoso. Somos induzidos, sim". 
É isso amigos, o DegustEno sempre evitou que o papel que dá nome à garrafa fosse mais prazeiroso que o líquido contido nela.
Continuem por aqui.

Saúde!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Cuvée Bouchard Aîné [França]

Esse "Rouge de France", como indica a garrafa, vem com toda pompa de vinho francês, mas não se esqueça, você está no DegustEno e isso significa que esse vinho cabe no seu bolso.

Vamos primeiro às especificações gerais:
No rótulo diz "sem safra". Isso é comum em vinhos franceses e principalmente os de mesa e mais acessíveis. No entanto, contrariando essa classificação, ele indica os cortes que o compõe. São eles, Grenache, Cisnault, Carigan e Gammay. Duas coisas já se tira daqui, são uvas não tão usuais e isso é legal e espera-se um vinho menos rajásico (palavrinha iogue!) na nossa boca, pois é um corte de várias uvas, o que o abranda via de regra.

Seus 12% de vol. já indicam um vinho mais leve.

Uma vez em um mercado pedi orientação à sommelier sobre este vinho e ela me disse que eu talvez não gostasse pois, pelo que eu estava falando, o vinho me pareceria meio "aguadinho". Não comprei. Mas, tempos depois ganhei esta garrafa.

Não é tão aguado quanto pensei que fosse. Seu aroma é típico de vinho europeu. Mais fechado, menos explosão de frutas, mais balanceado ao nariz. Sabe que tive uma leve impressão do álcool incomodando mesmo depois de algum tempo na taça? Mas nada que o condene.

Como me disse quem me deu, estava guardado havia algum tempo e sua cor indicava isso. Indo do vermelho ao alaranjado nas bordas do líquido.

Aroma de frutas vermelhas, mas meio confuso. Tô sem treino, tô sem treino!!

Na boca, um vinho moderado, levemente tânico, meio... sem personalidade. Não achei muito interessante, apesar de não ter me agredido. Persistência fraca e ácido.

Acredito que essa garrafa pudesse estar com algum defeito. Vale à pena comprar um novo e provar e notar as diferenças.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Como você escolhe seu vinho?



Já não é de hoje que falo que bebemos comerciais. O faço principalmente relacionado à cerveja, onde a marca líder de mercado detém quase que o monopólio do ramo no Brasil alternando a exposição de seus três principais rótulos.

E é de se supor que com o vinho se desse o mesmo. Pois agora, pesquisadores britânicos atestaram isso cientificamente.


"A conclusão, para os pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, é que muita gente não consegue distinguir os vinhos pelo paladar e pode estar pagando mais caro apenas pelo rótulo." - reportagem publicada hoje no jornal Folha de São Paulo.

Vai ter um pessoal pulando nas tamancas aí. Obviamente há diferenças entre rótulos mais caros e mais baratos. Mas quem não sabe que um vinho conhecido cobra também por seu nome? E que uma roupa de marca custa mais caro, ou que Antártica é mais caro que Bavária só por causa da marca e muito menos por conta do paladar?

O Degusteno sente-se útil ao continuar a apresentar vinhos de preço acessível ao consumidor que quer beber bem sem pagar mais do que o líquido e seu processo de fabricação honesto.

Leia a reportagem na íntegra:

E você, como escolhe seu vinho?

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rawen carmenére 2008 [Chile]

Grandes amigos,
espero que tenham tido um natal de muita paz e alegria.
Estamos com a festa de ano novo apontando já no fim da semana, porém, ao invés de postar um espumante, vou colocar aqui outro tinto, carmenére e outra vez chileno. Por quê? Porque eu o achei ótimo e a primeira coisa que me veio à cabeça foi que eu devia contar a vocês. Alguém aí reclamaria em achar ouro todos os dias? Eu não!

Mas para não dizer que não falei de flores, dou a dica. O Espumante da vinícola Aurora, Conde de Foucauld Brut está por R$12,90 no Prezunic. Um espumante honesto e em preço excelente para o fim de ano. Nacional e, lembremos, os espumantes nacionais são, talvez, o que temos de melhor em vinhos.

Voltando ao tinto, hoje falaremos do vinho Rawen da vinícola Ravanal. Uvas do vale do Colchagua.
Aqui no Rio de Janeiro, sua venda é exclusiva da rede Hortifruti e me custou R$ 19,99 (R$20, né?!).

Logo que abri a garrafa entendi que estava diante de um vinho bem produzido. O aroma era explosivo, mas não tinha cheiro de massificação. Frutas vermelhas e pimenta. Sua coloração, diferentes de ouros carmenéres, é um pouco mais branda, no entanto a identidade da uva é mantida ao extremo. Com 13% de álcool, logo que se coloca na taça o álcool incomoda um pouco, mas abranda-se rapidamente dando espaço a aromas mais frescos.

Na boca um tinto pouco tânico e de acidez mediana para baixa. Suave e marcante. Definitivamente, um vinho para o dia-a-dia. Persistência de média para baixa também. Avaliação ruim? De maneira alguma!
Um carmenére de verão, eu diria. Ele não é aguado, sem gosto ou ralo. Mas não é aquele vinho que te deixa suando. Uma solução ótima para o calor carioca e quem não dispensa um tinto mesmo em dias mais quentes.
Seu preço é que podia estar uns reaizinhos mais baixo. Mas está valendo.
Não deixe de provar. Eu, provavelmente o provarei novamente.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Luiz Felipe Edwards carmenere 2009 [Chile]



Olá pessoal, como vão?
Natal chegando e a época é propícia aos vinhos no mundo todo. Mesmo aqui, com todo esse calor, podemos tomar vinhos. "Mas e o calor?", tome um branco, um espumante ou mesmo um rosé. Mas, se onde estiver degustando tiver um ar condicionado, tome tintos também.

E então, gostaram do Globo Repórter sobre vinhos? Foi meio médico-nutricional mas está valendo. É sempre bom ver o vinho sendo propagado em meios populares.

Hoje quero falar de um vinho que sempre quis tomar e sempre adiei. Não sei a razão disso, mas só sei que foi assim, como diria Chicó.

O Luiz Felipe Edwards (LFE) é um chileno popular de qualidade muitíssimo interessante. Está na faixa de preço (R$14,90 - Pão de Açúcar) dos Santa Helena, Santa Carolina, Concha y Toro reservados, mas na minha opinião, é melhor que todos esses. Ele está mais para um Morandé. Lá no mercado, levando acima de 3 garrafas ele saía a R$ 9,90. De graça!
Essa comparação nem sempre surte efeito objetivo, mas é mais para nos posicionarmos quanto à qualidade do produto.

Esse carmenere é típico: olfato denso e fechado de frutas vermelhas silvestres. Um toque de couro e chocolate com tijolo. rs Ri não, é isso mesmo.

Na boca é um vinho potente, de taninos moderados e acidez na medida. Persistência é boa e ficamos com o retrogosto amadeirado na boca.
Frutas, muitas frutas. É bem novo mundo, fruit bomb, mas super equilibrado, sem maquiagem, sem carvalho em excesso.

Deve cair muito bem com guisados, carne de porco, pratos de sabor intenso.
Vale muito à pena aproveitar a promoção.

e menção honrosa!